Com a técnica da aquaponia, aldeia indígena une criação de peixes ao cultivo de verduras e hortaliças no ES
13/01/2024
(Foto: Reprodução) Ao todo, 70 famílias indígenas de Aracruz são beneficiadas. Mesma água que é utilizada para a criação dos peixes é reutilizada no cultivo das verduras, que não são plantadas diretamente no solo. Produção de tilápia e alface em aldeia indígena em Aracruz
A comunidade indígena Areal, localizada em Aracruz, no Noroeste do Espírito Santo, está se dedicando a criação de tilápias e a produção de alface de forma diferente do habitual. A mesma água que é utilizada para a criação dos peixes é reutilizada no cultivo das verduras, que não são plantadas diretamente no solo. Trata-se da aquaponia, uma técnica que já beneficia cerca de 70 famílias da comunidade, além de produtores rurais da região.
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Implantado pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) no final de 2023, o sistema faz parte do projeto "Diversificação agropecuária através da aplicação de tecnologia de produção de peixes em aquaponia em comunidades tradicionais do Espírito Santo".
De acordo com o instituto, a técnica aquapônica tem como base a recirculação de água e dos nutrientes, e o cultivo dos vegetais de forma submersa.
Verduras são cultivados submersos na água em Aracruz, no Noroeste do Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
De acordo com o extensionista do Incaper Wataanderson Rocha, a água é filtrada antes dessa recirculação.
"Dentro desse processo, a gente coloca as ração no tanques. Então, as fezes e o restante de ração vão para o tanque de filtragem, que vai transformar a matéria orgânica em inorgânica para que as plantas consigam absorver os nutrientes e conseguir se desenvolver", explicou Rocha.
A capacidade de produção da aquaponia é por ciclo, seis meses, de 140 kg de peixe e 1.500 pés de alface. Nos próximos meses, também serão introduzidas as culturas de cebolinha e salsa.
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Expansão
Cultivo que utiliza aquaponia deve ser expandido para outras comunidades do Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
Extensionista do Incaper e responsável pelo projeto, o zootecnista Rafael Azevedo disse que, ao longo de 2024, a iniciativa vai ser implantanda na comunidade de ribeirinhos, localizada também em Aracruz, e na comunidade de quilombolas, em Ibiraçu, na mesma região.
"Já tem algumas estratégias traçadas para escoar essa produção, como na merenda escolar, na compra direta da merenda escolar, além de uma feira que eles [os indígenas] tem toa sexta-feira, que eles comercializam diversos produtos, inclusive os produzidos por meio da aquaponia"
Ainda de acordo com o extesionista, a unidade demonstrativa que foi montada na aldeia avalia os impactos da adoção do sistema, que tem vantagens como o fácil manejo e a redução do uso de recursos hídricos e de fertilizantes, possibilitada pela recirculação de água e nutrientes.
Tilápia cultivada com técnica de aquaponia em aldeia indígena do Espírito Santo
Reprodução/ TV Gazeta
"Mas tudo está sendo anotado, todos os gastos, todos os custos, sejam os fixos ou os variáveis, todo o investimento e também tudo que é vendido", disse.
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Geração de renda
Produtora é uma das responsáveis pelo cultivo de alface em aldeia indígena do Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
A produtora rural Zima Vicente é uma das beneficiadas pela produção de tilápias e de alface na aldeia. Responsável pela produção das alfaces, Zilma disse que se trata de um complemento da renda para as pessoas da região.
"A gente não trabalha só pra comer. Como uma verdura, a gente leva para a feira, vende... É uma coisa que sempre vamos ter aqui. Além disso, não é tão difícil, a gente não tem que tá cavando nada. Eu acreditei nesse projeto e apostei nele", destacou.
O cacique Jonas do Rosário cuida dos tanques de tilápia na aldeia indígena de Areal, no Noroeste do Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
Já o cacique Jonas do Rosário toma conta dos tanques das tilápias, sendo responsável pelo manejo e pelos cuidados necessários, como levar ração três vezes ao dia para cuidar dos peixes.
"É bom a gente comer um peixe saudável, que não tem poluição nenhuma. É um peixe desse que tá aqui no tanque e a gente está aqui tratando dele pra sobreviver", disse o cacique.
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